As vozes dos jovens tem sido tradicionalmente ignoradas!
Como Defensores do Estatuto da Juventude Africana, iremos liderar a defesa continental, regional e nacional pela ratificação e implementação efetiva do Estatuto, bem como a instituição de mecanismos efetivos de monitoramento e de relatório

No âmbito da celebração do dia Internacional da Juventude, que se assinala no dia 12 de Agosto os
Embaixadores da Carta Africana da Juventude-Moçambique servem da presente para manifestar a sua indignação face à situação deplorável em que muitos jovens encontram-se, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) existem pouco mais de 1.8 bilhões de jovens no mundo, dos quais 400 milhões a União Africana estima que estejam em África.
Lamentamos que no mundo, em África e particularmente em Moçambique, Angola, Malawi e África do Sul as taxas de Desemprego e subemprego tendem a subir a ONU estima que a pandemia exacerbou os numerosos desafios do mercado de trabalho enfrentados por jovens com idades entre os 15 e 24 anos,
que sofreram uma perda percentual de emprego muito maior do que os adultos desde o início de 2020. Estima-se que o número total global de jovens desempregados atingiu 73 milhões em 2022. Indignados porque para além da marginalização do direito à habitação condigna um em cada cinco jovens
(125 milhões) está a trabalhar, mas a viver em condições de extrema pobreza, com menos de 1 dólar por dia. Preocupados com os dados da ONU que informam que 200 milhões de jovens no mundo estão fora da escola, numa altura em que chegam-nos de Moçambique denúncias segundo as quais o Governo deste
país aprovou e distribuiu livros escolares que deturpam a real história do país, de Angola de que as aulas de língua portuguesa são monitoradas por estrangeiros supostamente Cubanos que não tem qualquer formação ou entendimento da Língua Portuguesa, entre outros escândalos, num claro atentado a uma geração. Alarmados com a falta de assistência psico-social e de subsídios condigno aos jovens militares e ou vítimas
de conflitos armados e outras formas de guerra em África especialmente em Moçambique, Sudão e Sudão do Sul, Nigéria, Ruanda, Mali, Burundi, República Democrática do Congo e Angola, onde milhares de jovens movidos pelo amor a pátria doam suas vidas sem qualquer assistência;

Repudiamos a crescente tentativa de fechamento de espaço cívico aos jovens em todas as esferas, especialmente aos académicos, ativistas e jornalistas, num contexto em que os jovens são presos quando marcham pelos seus direitos numa clara violação dos direitos a manifestação e expressão;
Memoramos que ao longo dos anos, múltiplas declarações e pactos internacionais apelaram à elaboração
de políticas inclusivas, incluindo recomendações para acelerar a acção no sentido de um planeta saudável
para a prosperidade de todos, tal como estabelecido na Agenda de Estocolmo+50 para Acção, Renovação e Confiança – Resultados. Os jovens suportam um fardo desproporcionado das crises ambientais que o mundo enfrenta hoje, o que terá impacto no seu futuro. As investigações mostram que muitos destes se sentem frustrados e inauditos, criando um sentimento de injustiça que, nos últimos anos, alimentou uma onda de activismo climático liderado pela juventude.
Recordamos que como Defensores do Estatuto da Juventude Africana, iremos liderar a defesa continental, regional e nacional pela ratificação e implementação efetiva do Estatuto, bem como a instituição de mecanismos efetivos de monitoramento e de relatório. Isso está alinhado com a Iniciativa Um Milhão do
Comitê da União Africana, que busca promover oportunidades para a juventude africana nas áreas de Emprego, Educação, Empreendedorismo e Engajamento, sob o pilar do Engajamento, o programa dos
Defensores do Estatuto da Juventude Africana proporciona oportunidades para a juventude liderar a defesa dos compromissos continentais para seu desenvolvimento e garantir resultado.
Por: Francisca Guilherme Noronha e Logermínio Américo Mavile ( Defensores da Carta Africana da Juventude da União Africana-Moçambique).